Encapsulando e encapsulada

cocoon

 

Outro dia uma amiga minha, também grávida, escreveu: “E você achando que o começo da gravidez era punk!! Tadinha de você! Era tudo mentirinha, sua bobinha!” (Beijo, Ju)
E eu mais do que nunca me identifiquei com aquela frase. Por uma dezena de motivos, por uma dezena de sentimentos, por uma dezena de sensações. 

Primeiro, porque conforme as semanas vão passando eu vou ficando cada vez maior, mais pesada e mais cansada… Mas muito mais de verdade. Já até me perguntaram: “mas você está de licença, fica cansada de quê?” Sei lá. É cansativo gestar duas outras pessoas dentro de você, dividir todos os seus nutrientes o tempo todo. Ainda mais porque fica bem difícil descansar com duas crianças super agitadas na barriga. E é bem cansativo mentalmente o stress de lidar com a espera de um parto iminente, ainda falta um pouco, eu sei, mas quando se trata desses dois, sempre acho que um dia vão estourar a barriga pra saírem por esse mundão afora, assim, bem independentes. 

E tem as dores… Tudo bem que elas já vem me acompanhando ao longo de toooda a gestação… Mas nas últimas semanas tá ficando cada vez mais tenso. Dor na barriga, nas costas, nos pés, no quadril, e sei lá mais onde. Fui chamada de fresca, obviamente por quem nunca emprenhou na vida, mas com todas as mães recentes com as quais eu falei, e as gestantes que converso reclamam das mesmas coisas, ou seja, não é maluquice da minha cabeça, nem é dor psicológica. Gravidez dói mesmo. Além das malditas Braxton Hicks, quem disse que as contrações de treinamento não doem merece um peteleco na testa, só pra ficar esperto. 

Com tudo isso, somado à ansiedade, eu voltei a um estado de anti-sociabilidade da minha infância. Que mamãe conhece muito bem… De quando eu era pequenininha e não queria falar com ninguém. Não que eu hoje não queira falar com ninguém… Mas eu ando mais impaciente, é verdade… Irreconhecível, eu sei que diriam alguns amigos meus… Mas o meu encapsulamento e enclausuramento acho que nada mais é do que uma parte do processo de transformação, não o processo de transformação em mãe, mas o processo de transformação em outra pessoa que consequentemente também é mãe. 

Se desse casulo vai nascer uma borboleta ou uma mariposa, eu ainda não sei. Só sei que são processos importantes pro crescimento pessoal, e sei que muitas passaram e estão passando pelos mesmos processos que eu, se encapsulando pelo fato de encapsular bichinhos de goiaba, que acredite, virarão melancias. 

 

4 comentários sobre “Encapsulando e encapsulada

  1. Caroline, conheci seu blog pelo post que foi publicado no Minha mãe que disse. Nesse dia estava triste por algum motivo e quando vim aqui conferir seu cantinho dei risadas tão gostosas que a tristeza fugiu… Sou mãe de um menino de 1 ano e sete meses e passei por alguns momentos tensos como contrações e tal desde o 5º mês de gestação até o fim. O que posso dizer é que um dia, cedo ou tarde, você vai olhar os sorrisos mais lindos do mundo cheia de orgulho no peito e dizer que tudo valeu… Você é e será a pessoa mais feliz, realizada e com boas bagagens pra ajudar tanta gente que precisa ( principalmente com esse seu humor maravilhoso)
    Que os momentos finais possam ser maravilhosos e bem curtidos, pois no fundo, no fundo sempre haverá algo em que a saudade vai bater forte…
    Ah, e amei a nova cara do blog =) Ficou excelente!!!
    Beijo

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  2. Oi Monica… bom saber que vc é recorrente por aqui e que já te fiz rir bastante.
    Eu sou assim, meio palhaça, meio séria. E sei que vai a pena por essas duas bolotonas que eu carrego agora. Da gravidez, acho que só vou sentir falta lá do sexto mês, quando tava ruim, mas tava bom. A barriga tava grande, mas eu não estava me sentindo tão mal.
    Agora, a pança tá tensa, e eu tô tããããããão ansiosa pra ver a cara dessas duas coisinhas que me importunam tanto dentro da barriga.
    =D =D

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